Saiu na Folha de S.Paulo hoje que a Cinemateca Brasileira começa a disponibilizar parte do acervo audiovisual jornalístico da TV Tupi — quando eu era garoto, ela era o “Canal 4”, hoje ocupado em São Paulo pelo SBT. Fui lá no site da Cinemateca conferir e achei muita coisa curiosa no meio do todo o material filmado em 16 mm, uns mudos, outros não. O vídeo que aqui segue foi copiado de lá e postado por mim no Youtube.
Mais de uma vez escrevi defendendo Jean-Paul Sartre (aqui, por exemplo), sempre ressaltando a quantidade de bobagens que ele disse e fez ao longo da vida. E parece que estou sempre sendo lembrado disso. Nessa entrevista, concedida em 2 de setembro de 1960, no primeiro dia da famosa temporada que ele e Simone de Beauvoir passaram no Brasil, já me lembram de um dos livros mais vergonhosos que já li, Furacão sobre Cuba, uma peça de propaganda de quinta categoria que ele, justamente, lançou por aqui.
Foi nessa temporada no Brasil, aliás, que Sartre caiu de amores pela ex-deputada Cristina Tavares, então uma garota na casa dos 20 e poucos anos, deixando Simone seriamente preocupada. Ela, aliás, sendo maltratada logo na chegada ao país: na entrevista, Simone é a “esposa” que acompanha o marido, e por pouco não fica fora do enquadramento — cortada no meio até ser ocultada de vez pelo intérprete.
Isso sem falar na bagunça geral que foi essa entrevista.
(Publicado em 22/6/2009)