Eu ainda tuitava os resultados da prêmio Portugal Telecom de Literatura quando o mundo mergulhou nas trevas. Foi por pouco, mas houve tempo para que se soubesse que os brazucas, em 6 contra 4 portugueses na final (clique aqui), fizeram 3 a 0 nos lusitanos. O que não deixa de ser uma supresa — sinal de que o júri não se preocupou tanto em estabelecer irmanamente cotas entre os países. Não sei se todo mundo na Portugal Telecom entenderá. Espero que sim. No mínimo, Portugal pode se gabar de que lá, pelo menos, não tem “black-out”.
Mas vamos aos vencedores. Em primeiro, Ó, de Nuno Ramos (Iluminuras, 289 págs., R$ 44); em segundo, Acenos e Afagos, de João Gilberto Noll (Record, 208 págs., R$ 32); em terceiro, A Arte de Produzir Efeito sem Causa, de Lourenço Mutarelli (Companhia das Letras, 216 págs., R$ 39,50). A nota curiosa é que, dos três, apenas Noll é um escritor de origem — Nuno, como se sabe, nasceu nas artes plásticas; Mutarelli, nos quadrinhos.
[…] Não é que Nuno Ramos venceu o Portugal Telecom ontem à noite? Um dos mais importantes do Brasil hoje, o prêmio é concedido a livros de autores que escrevam em português. Neste ano, apostava-se nos bastidores na vitória de um autor lusitano – o jovem Gonçalo Tavares, que venceria pela segunda vez – mas os três primeiros lugares acabaram ficando com brasileiros, como noticiaria em tempo real (não fosse o apagão) Almir de Freitas em seu “Não me culpem pelo aspecto sinistro” (leia aqui). […]