Bilhões e bilhões

Economia Bandida, de Loretta Napoleoni (Difel, 350 págs., R$ 42), é um compêndio de péssimas notícias de primeira grandeza e, por isso mesmo, um livro fascinante. As análises não são das mais sofisticadas, mas a autora faz um panorama bastante compreensível – e aterrador – da bilionária economia que prospera na ilegalidade. Há coisas como venda e exportação de sangue (na China, claro), mercado negro de dinheiro virtual para jogos on-line, desvio de ajuda humanitária para compra de armas, indústria de pesca ilegal para lavagem de dinheiro e até comércio de peças falsificadas de aviação…

E há, naturalmente, as estatísticas. Sempre animadoras:

1) A pornografia na Internet teve uma receita anual de US$ 57 bilhões em 2005, mais do que as receitas somadas de todos os times de futebol, beisebol e basquete profissionais dos Estados Unidos. Excede também as receitas somadas das redes ABC, CBS e NBC. A pornografia infantil gera US$ 3 bilhões ao ano.

2) Estima-se que a escravidão global atinja 27 milhões de pessoas, cujo trabalho produz anualmente lucros de US$ 31 bilhões.

3) Medicamentos falsificados geram US$ 32 bilhões de lucro e matam cerca de 1 milhão de pessoas todo ano. De acordo com o laboratório Lilly, o lucro com cópias de Viagra é 25 vezes superior ao da venda de heroína.