É curioso que o alcoolismo de John Cheever só tenha sido descoberto de verdade depois de sua morte, em 1982. Claro que autores podem perfeitamente escrever sobre assuntos que não pertencem ao seu universo pessoal, mas a frequência com que a bebida (e tão bem contextualizada…) aparece nos seus contos espantaria seus patrícios com sabido conhecimento de causa — bebuns-escritores como como Ernest Hemingway, Charles Bukowski, Teneessee Williams e F. Scott Fitzgerald.
Um levantamento rápido — coisa que hoje é possível num e-book — no The Stories of John Cheever (Vintage, 700 págs., US$ 11.87) mostra a frequência com que o escritor recorria à bebida para dar uma cor (alegre ou trágica) ao mundo suburbano nova-iorquino, onde, sim, o álcool funcionava como ótimo lubrificante para uns aturarem os outros naqueles anos de pós-guerra.
Os termos preferidos estão nos gráficos acima. Gim (57) e uísque (67), por exemplo, aparecem individualmente mais que sexo/sexual (35) e comida (47), por exemplo — coisa que é bem reveladora. As bebidas só perdem mesmo mesmo para morte (88). Mas quem não perde?
No Brasil, vale conferir parte dessas histórias etílicas em 28 Contos de John Cheever, Companhia das Letras, 360 págs., R$ 41.
Publicado em 26/01/2011
Quando eu falo que it's always sunny in philadelphia dá vontade de beber cerveja ninguém acredita: http://t.co/mMhInOfr
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