Escritores, como se sabe, podem ser irritantemente geniosos; se também geniais, pode ser que acabem engraçados. Para ser justo, a maioria presente no primeiro volume do novo As Entrevistas da Paris Review, recém-publicado pela Companhia das Letras (464 págs., R$ 58) encara as perguntas com seriedade e polidez. Mas dois pelo menos não estavam (ou estavam) no melhor de seu humor: Ernest Hemingway e William Faulkner — por coincidência, dois autores que não se bicavam. Azar dos entrevistadores, sorte dos leitores. A seguir, alguns highlights.
ENTREVISTADOR: O senhor recomendaria para o escritor jovem o trabalho no jornalismo? Sua experiência no Kansas City Star lhe foi de alguma ajuda?
HEMINGWAY: No Star você era obrigado a aprender a escrever uma sentença declarativa simples. Isso é útil para qualquer um. O jornalismo não faz mal a escritor jovem, e pode ajudá-lo se ele sair dele a tempo. Isto é um dos clichês mais surrados que existem, e peço desculpas por usá-lo. Mas, quando você faz perguntas velhas e batidas, expõe-se a receber respostas velhas e batidas.
(…)
ENTREVISTADOR: É fácil para o senhor mudar de um projeto literário para outro, ou o senhor continua até o fim aquilo que começa?
HEMINGWAY: O fato de ter interrompido trabalho sério para responder estas perguntas prova que sou tão burro que deveria ser seriamente castigado. E serei, não se preocupe.
(…)
ENTREVISTADOR: Como nomeia seus personagens?
HEMINGWAY: Da melhor maneira que posso.
—————-
ENTREVISTADORA: Algumas pessoas dizem que não conseguem entender o que o senhor escreve, nem mesmo depois de ler duas ou três vezes. O que o senhor poderia lhes sugerir?
FAULKNER: Que leiam quatro vezes.
(…)
ENTREVISTADORA: Muitos escritores contemporâneos citam Freud como uma influência. O senhor também?
FAULKNER: Todo mundo falava sobre Freud quando eu morava em Nova Orleans, mas nunca o li. Shakespeare tampouco o leu. Duvido que Melville o tenha lido, e estou certo de que Moby Dick não o leu.
Seus lungas.
RT @almirdefreitas: Hemingway, Faulkner e algumas patadas http://www.almirdefreitas.com.br/blog/?p=6817
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Gostei! RT @almirdefreitas: Hemingway, Faulkner e algumas patadas http://www.almirdefreitas.com.br/blog/?p=6817
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Hemingway, Faulkner e algumas patadas http://bit.ly/gVK5Q1 (via @lutamaki) Muito bom, hahaha!!!
RT @flaviadurante: Hemingway, Faulkner e algumas patadas http://bit.ly/gVK5Q1 (via @lutamaki) Muito bom, hahaha!!!
RT @bravoevoce: RT @flaviadurante: Hemingway, Faulkner e algumas patadas http://bit.ly/gVK5Q1 (via @lutamaki) Muito bom, hahaha!!!
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"O Jornalismo não faz mal a escritor jovem, e pode ajudá-lo se ele sair dele a tempo." – Ernest Hemingway http://bit.ly/dVX0fm pronto
para perguntas idiotas… RT @bravoevoce: RT @flaviadurante: Hemingway, Faulkner e algumas patadas http://bit.ly/gVK5Q1 (via @lutamaki)
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"Duvido que Melville o tenha lido, e estou certo de que Moby Dick não o leu." Faulkner / Paris Review http://bit.ly/hgy8DP (v. @hectorlima)
Tolerância zero by Hemingway e Faulkner: http://www.almirdefreitas.com.br/blog/?p=6817 Ok. Eu quero muito esse livro!
mais bill faulkner em'as entrevistas da paris review': não sei nada a respeito de inspiração, porque não sei o que é. http://bit.ly/hEqa9O
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Mto bom! – Hemingway, Faulkner e algumas patadas em entrevistas http://is.gd/vc8PPQ
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