De vez em quando, este blog trará trechos de livros que estão sendo lançados. Comecemos pela seção de literatura erótica — ou libertina, ou de costumes ou de pura sacanagem. Como estou de pé ao lado da prateleira, apenas abrindo os volumes — para todos os efeitos, “só olhando” —, deixo que leitor decida em qual dessas categorias eles podem ser enquadrados, bem como escolher qual comprar. Se for o caso.
SÉCULO 17: “Desde que fomos para a cama, nem foi preciso lhe pedir para chegar mais perto, ela, com suas carícias, parecia me comer; eu, morrendo de amor, preparei-me ao dever de lhe dar prazeres reais. No começo ela disse que eu lhe fazia mal, mas depois soltou um grito que obrigou madame Bouju a levantar-se para ver o que era. Encontrou-nos as duas abraçadinhas; a menina chorava, todavia achou coragem para dizer à Bouju:
— É uma cãibra que eu tenho de vez em quando, madame, que doeu muito.” (Memórias do Abade de Choisy Vestido de Mulher, de François-Timoléon de Choisy (1664-1724). Tradução de Leornado Fróes. Editora Rocco, 160 págs., R$ 24)
SÉCULO 21: “Ele me colocou na cama. Abriu minha pernas. Afastou os mini-croissants e prendeu levemente minhas barbelas à direita e à esquerda com o curvex. Assim ele podia manter os pequenos lábios bem distantes do buraco e olhar profundamente lá dentro. Parecia os olhos do líder do Laranja Mecânica na cena do Beethoven. Ele me disse que eu deveria segurá-las e abri-las de maneira que me deixasse com tesão. Mattes queria meter lá dentro imediatamente e depois ejacular sobre os lábios esticados, mas antes teve de bater uma foto para eu ver como minha xoxota é bonita assim tão arreganhada.” (Zonas Úmidas, de Charlote Roche (1978- ). Tradução de Claudia Abeling. Objetiva, 280 págs., R$ 34,90)