Semana passada, prometi voltar a Sebald, mostrando outras cores combinadas espalhadas nas muitas descrições de sua obra. Como o último trecho daquele post (clique aqui para ler) evidenciava, a paleta vai muito além do cinza. Para começar, o amarelo-ouro e o verde-musgo citados naquele post:
O verde, aliás, merece um parêntese. Em Austerlitz:
“A certa altura, fiquei parado um bom tempo da entrada de uma casa, disse Austerlitz, olhando no teto um alto-relevo embutido no reboco liso sobre o fecho de abóbada do arco, um molde que não media mais que um metro quadrado e mostrava, contra um pano de fundo verde-mar estrelado, um cachorro azul com um galho na boca que, como me pressenti me arrepiando até a raiz dos cabelos, ele trazia do meu passado.”
Verde-água:
Ainda no verde, há ainda tons como:
Verde-jade:
Verde-ervilha:
Com o vermelho, tons de cabelo:
Castanho-avermelhado:
Rubro-dourado:
Mas, de todos, o trecho mais ilustrativo – e colorido – de Sebald aparece em Os Emigrantes:
“As mais adoráveis das jovens senhoras apareceram por último, as primícias da estação, por assim dizer, com vestidos de renda pelos quais a seda de suas roupas de baixo lampejavam, verde-nilo, vermelho-camarão ou azul-absinto”.
Na ordem:
É isso: um mundo bem mais complexo do que as cores genéricas poderiam mostrar.