Não vou discutir aqui se Herta Müller merece ou não o Nobel de Literatura, uma vez que eu, como muita gente no Brasil, desconhece sua obra. Obra que, segundo a academia sueca, descreve “a paisagem dos despossuídos”. Enquanto não corrijo essa falha, me concentro nos mundanos palpites que se faziam até a véspera na inglesa Ladbrokes, onde tudo é motivo de aposta. Ali, como no ano passado, o favorito era o israelense Amós Oz, cuja nome pagava 3 para 1 em caso de acerto. Ok, um tiro n’água, mas foi incrível como o nome de Müller, nem de longe uma das favoritas, avançou na última semana, chegando a pagar 7 para 1 na véspera, amanhecendo o dia do anúncio com os mesmos 3 para 1 de Oz. É evidente que os apostadores vinham recebendo informações quentes, e quem mais cedo as teve, menos “despossuído” ficou.
Por outro lado, quem se dispusesse a apostar, digamos, mil libras hoje de manhã em nomes como Paul Auster, Julian Barnes, Ian McEwan, John Banville, Jonathan Littell e Cormac McCarthy, por exemplo, levaria 100 mil libras para a casa. Sendo a academia sueca o que é, o melhor mesmo seria comprar um livro de cada e ir para casa ler.
Os "despossuídos" de Herta Müller e os apostadores de Londres http://bit.ly/4BKEIB