Em um dos ensaios de Medo, Reverência e Terror (Companhia das Letras, 200 págs., R$ 39,50), Carlo Ginzburg analisa o sucesso publicitário dos cartazes patrióticos do seu-país-precisa-de-você. Embora o do Tio Sam seja o mais conhecido entre nós, essa é uma história que começa na Inglaterra. O primeiro a apontar o dedo em perspectiva (boa sacada) foi o secretário da Guerra, Lorde Kitchener, conclamando os súditos da rainha a se alistarem nas fileiras da Primeira Guerra Mundial. O sucesso foi tal que a ideia acabou replicada várias vezes, por diferentes países e ideologias: a Rússia comunista (o dedo ali é de Trotsky), os Estados Unidos, a Alemanha e a Itália, todos naqueles mesmos anos turbulentos.